A princípio, nos voltamos ao projeto de moradias no edifício existente. Pensamos em alojar todas as famílias em pequenos apartamentos na construção existente, mas o número de unidades era insuficiente. Essa constatação nos levou à busca do espaço ocupado pelos trilhos desativados. Decidimos, então, criar um projeto de moradias cujo módulo seria do tipo “Living Box”. Porém, dominados por uma espécie de “surto psicótico” decorrente das noites mal dormidas, a equipe decidiu usar os próprios vagões para construir as habitações. Devido à baixa qualidade da construção — normalmente feita para essa parcela da população — buscamos um novo conceito técnico de moradia. Acreditamos que um sistema modulado articulado por elementos pré-moldados e executados pela própria comunidade local, possa ser viável. As pessoas receberiam pelo trabalho e, ao mesmo tempo, estariam se profissionalizando. Assim, essa experiência pode se espalhar para outras regiões com problemas semelhantes.Dessa forma, a comunidade local, que corre o risco de ser expulsa da região, daria um exemplo de urbanidade e transformação.A área em questão, fruto da descontinuidade da malha urbana e de contradições sociais, necessita ser re-conectada. Essa nova “costura” — oposta às soluções “verdes” que isolam ambientes ao invés de interligá-los — deve resgatar a unidade urbana, fundamental para que a cidade e ambiente sejam, definitivamente, integrados.